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Mensagens

O discurso caritativo de Montenegro

  Ouvi o primeiro-ministro de Portugal mostrar disponibilidade para, se a economia o permitir, atribuir aos pensionistas (mais) um bónus lá para o mês de outubro, seguindo, mais ou menos, o que fizera antes das eleições legislativas . Quando muito se fala do esbatimento ideológico dos partidos, temos aqui um lapidar exemplo do que não é um discurso de esquerda . Os pensionistas são pessoas velhas que, durante a sua vida ativa, andaram miseravelmente a contar os escudos e, depois, os euros. Na reforma, continuam à espera do fim do mês. Desgraçadamente, o discurso de campanha de Luís Montenegro direciona-se para que os pensionistas esperem, ansiosamente, o mês de outubro, isto se se portarem bem, ou melhor, se o país estiver em condições para dar essa prenda de Natal. Luís Montenegro deveria ter vergonha.
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O longo braço do urso ou a russofobia

A Rússia alarga os seus braços ursos, através de influências e batota informática, para os Estados Unidos, Roménia, Moldávia, para tudo quanto mexe eleitoralmente. Onde há eleições, a Rússia está lá. Pelo menos, é o que se vende por esse mundo fora, por esses canais uníssonos de comunicação social. A União Europeia, pelo contrário, não influencia ou tenta influenciar: simplesmente não aceita resultados eleitorais que não vão ao encontro das suas expetativas. Aconteceu, entre outros exemplos, no referendo escocês e nas eleições presidenciais romenas. E os Estados Unidos? Ah! Esse país, paradigma da democracia, não mexe sequer uma palha no alargamento da sua influência planetária. Limitam-se, respeitosa e democraticamente, a aceitar tudo o que vem "lá de fora". Até estarão a pensar em desmantelar as três ou quatro bases militares que ainda mantêm ativas no exterior.

Vira o disco e toca o mesmo

Olho cada vez mais incrédulo para a figurinha que a maioria dos líderes europeus faz quando Donald Trump abre a boca. Todas as suas palavras, frases, olhares são esmiuçados até à medula para depois e regressar à casa da partida . Haverá mesmo necessidade?

O futebol, o país

Hoje realizou-se um jogo de futebol da primeira liga, em Lisboa, entre o Benfica e o Rio Ave. O Rio Ave é um clube da cidade de Vila do Conde, cuja população vai além dos 80 mil habitantes. São pessoas muito arreigadas e orgulhosas à região e à cidade a que pertencem. Nas bancadas do estádio da luz estavam 50 adeptos do Rio Ave. O jogo ficou empatado. O Benfica, dizem, está a passar uma grande crise, pois já tem dois empates em casa e está a 4 pontos da liderança. Alguém de bom senso acha este cenário normal, condicente com um país civilizado? Alguém me pode dizer qual o país europeu em que isto se passa?

Isaltino, o salvador da pátria

Não deixa de ser interessante seguir o telemático atrito entre Isaltino Morais e André Ventura. Começou com um debate na CNN Portugal através de um apoiante de Ventura, desejoso de mostrar, ao patrão, sangue na guelra. Estou em crer que Isaltino Morais faz bem. É um homem frontal, corajoso e com uma inteligência política acima da média. Ventura não está habituado a este tipo de ataques, que não são mais do que respostas à sua miserável retórica política. Isaltino, neste sentido, pode estar a prestar um grande serviço ao país. Continue, pois. Se votasse em Oeiras, teria o meu voto.

Pedro Duarte, o candidato único

Posso estar a ser injusto com Pedro Duarte, pois só li as "gordas". E estas referem que o candidato à câmara municipal do Porto se sente, em matéria de segurança, mais próximo do Chega e, no que toca ao domínio social, mais próximo do PS. Temos, pois, homem. Não é, de facto, qualquer um que constrói, discursivamente, conveniências deste jaez.

Portugal, portugueses

Há cerca de 20 anos, Santana Lópes levantou-se, em protesto, da cadeira de comentador porque o seu discurso televisivo foi abruptamente interrompido por causa da chegada de José Mourinho ao aeroporto. O canal de televisão (já não me recordo qual foi) entendeu que, assim, se fazia bom jornalismo. Passados estes anos todos, continuamos exatamente na mesma. E esta mentalidade é uma das causas do nosso atraso. Só não vê quem não consegue ver.

Trump no Velho Mundo

  Corre para aí a narrativa de que Donald Trump adora, fica deleitosamente impressionado com a sumptuosidade das majestades britânicas . As narrativas atuais são o que são. Desde que pegue, é o fio condutor de qualquer análise. Há variantes: os reis lançaram o isco, vestidos, fatos, jantares de gala, em suma, uma operação de charme para atordoar e convencer o presidente dos Estados Unidos . Será assim tão óbvio e será Trump tão estúpido? Os castelos europeus têm o que não existe nos Estados Unidos: história. E, com esse facto, nenhum presidente americano pode concorrer. Os americanos não gostam de monarquias : está no ADN do país. Relativamente ao Reino Unido , não fazem mais do que um jogo de hipocrisia, fingindo um respeito maior relativamente aos demais países europeus. E já não é pouco. O Brasil , por exemplo, nem isso faz com Portugal .

Vergonha

Isaac Nader foi campeão mundial na corrida de 1500 metros no campeonato do mundo de atletismo , que decorre em Tóquio . É a primeira vez que Portugal alcança esse feito. Os telejornais abriram todos com a chegada de José Mourinho a Portugal para treinar o Benfica . Por acaso não abriram todos: a RTP iniciou o jornal com essa notícia, acrescentando, de imediato, que seria uma notícia a desenvolver mais tarde, pois José Mourinho no Benfica é notícia primeira. Como queremos ser um país a sério quando se alimenta um povo destes maneira? Tenho defendido que o futebol é o espelho do país: para compreender Portugal e os portugueses nada melhor do que olhar analiticamente para o fenómeno futebolístico português.

Ventura: o erro

 Ainda a respeito do post de ontem, a "fácies" de Ventura diz tudo. Com esta decisão artificial, o homem quer ser o mártir que faz tudo pela nação. Até candidatar-se a presidente de quase todos os portugueses .

O erro de André Ventura

Já comecei a ouvir panegíricos desproporcionados sobre a decisão do líder do Chega se candidatar a presidente da república. Pois bem: estou em crer que André Ventura tomou uma decisão completamente errada. Afinal, o que quer Ventura? Governar o país a partir de Belém? Onde está, afinal, o desregulador do sistema? Estou convencido que eleitorado do Chega queria mesmo dar uma oportunidade ao líder para "pôr o país na ordem". Queria, mas deixará de querer.

Os belicistas

  Qualquer episódio, por mais calendarizado que seja, é motivo para a edificação argumentária de um edifício bélico. As hostes europeias salivam. Querem uma guerra. Tentam, a todo o custo, convencer o presidente dos E. U. A., desejando que, um dia, ele acorde com ideias luminosas parecidas com as que por cá se vão apelando. A Rússia só conhece a força, dizem muitos dos nossos especialistas. Deve ser por isso que cortaram os canais diplomáticos .

Francisco Rodrigues dos Santos

  Enganei-me a respeito deste senhor que encima o post. Talvez porque não simpatize muito com qualificativos prospetivos. Francisco Rodrigues dos Santos foi líder do CDS numa altura difícil da vida do partido. Talvez por essa razão, foi apresentado pela comunicação social como um jovem que vinha com uma espécie de título de brilhantismo apresentado por uma publicação estrangeira de referência. O futuro da direita portuguesa e, quem sabe, europeia passaria, assim, por Francisco Rodrigues dos Santos. Acontece que as vicissitudes da política são mandantes e o Chicão não conseguiu catapultar o partido para o lugar que desejava, ajudando, de certo modo, a escavar a insignificância do partido. O lugar que o CDS ocupa hoje em Portugal é ridícula e os seus lideres conseguem mesmo suplantar a desgraça. O Chicão estudou; o Chicão amadureceu; o Chicão assumiu-se. É, hoje, uma das vozes mais lúcidas da análise política televisiva e não só. Não sei se ele concordará, mas o seu espaço polític...

Os drones perdidos no "mainstream"

 Primeiro, foram 18 ou 19 drones de reconhecimento que aterraram na Polónia . Depressa se levantaram argumentos a favor de uma afrontação russa , uma avaliação clara do potencial defensivo da NATO , através da Polónia. A narrativa da União Europeia , ávida destes constrangimentos, colocou, de imediato, os seus líderes a repetirem a mesma coisa, que se resume, afinal, na mensagem " Europe under attack ". A Rússia , é certo, não clarificou a presença destes drones, limitando-se a negar a sua intenção ofensiva para com a Polónia, para com a NATO. Hoje foi a vez da Roménia : 1 ou 2 drones russos sobrevoaram no país. Por conseguinte, a Europa está, outra vez, sob ataque russo. Gostaria de saber o seguinte: a Rússia quer mesmo atacar a Europa? Para quê? Afinal, a Rússia está assim tão emponderada (militarmente, economicamente) que lhe permite uma década de guerra, com um conjunto de países, incluindo os EUA ? Não haverá aqui uma posição intempestiva (e, de certo modo, cómoda) da Eu...

Europa under attack

Ah!, finalmente umas bombazitas caíram na Polónia! São os russos, obviamente, a testarem as defesas da Europa! A Úrsula, Kallas, Rutte, Costa, entre outros prodígios da arte da  guerra bem avisaram. E também os nossos incansáveis comentadores televisivos. Desculpem lá.

O Moedas e os outros

Independentemente das razões que Carlos Moedas cogitou para rememorar Jorge Coelho,  parece-me de uma atroz evidência que esteve mal, muito mal. E se ainda restavam dúvidas sobre uma vitória eleitoral, desfizeram-se por completo nesse desespero. Os senhores que se lhe seguiram, camaradas de Coelho, estiveram bem, mesmo com a useira hipocrisia argumentativa do tipo é nosso dever repor a verdade enquanto colegas ministeriais de Jorge Coelho (não tomam atitudes idênticas quando o assunto e Sócrates, por exemplo).

Os pontos de vista da guerra

"Ursula von der Leyen condemned the attacks as a blatant violation of international law", notíciou ontem um qualquer jornal. Mas Úrsula von der Leyen não está a falar de Israel. Ela reforça: "Once again, the Kremlin is mocking diplomacy, trampling international law and killing indiscriminately". Vozes cheias de sabedoria e, sobretudo, imparcialidade. O nosso externalizado Costa 'its just the same".

O futuro ex-presidente da Carris

 Já aqui expus a minha opinião sobre o presidente da Carris, que nunca o tinha visto em lado algum. Essa minha opinião veio, de certo modo, a confirmar-se com a sua "nobre" (as aspas são irónicas) atitude de colocar o seu lugar à disposição do futuro ex-presidente da Câmara de Lisboa , Carlos Moedas . A dignidade da demissão não está ao alcance de todos, efetivamente. E, em rodapé, Carlos Moedas não aceitou a demissão, pois claro.

O cabo oculto

 Muito se tem escrito e dito sobre o lamentável acidente que ocorreu em Lisboa com o elevador da Glória. Parece haver já uma certeza; um cabo - o principal cabo - partiu-se. Este cabo não é visível nas manutenções mais correntes. Para o visionar, tem-se que abrir uma calha. Como é que se pode proceder à manutenção de material crucial que não se encontra visível? Dizer que o elevador foi inspecionado nesse mesmo dia vale zero. O cabo era um cabo oculto .

Os mentirosos

O ministro da educação não foi meigo a qualificar o reitor da Universidade do Porto. Foi, aliás, clarissimom muito claro, demasiado claro: "o senhor reitor da Universidade do Porto, Professor António Sousa Pereira, mentiu". Acontece que "o senhor reitor da Universidade do Porto, Professor António Sousa Pereira", já negou, clarissimamente, que tivesse mentido.

Incendiários

A lista de eventuais crimes de pessoas ligadas ao partido Chega é longa e variada. Penso que faltava lá o de incendiário. Já não falta: foi pretendido pelo mandatário do partido em Montemor-o-Novo. De entre a lista, este é, porventura, o que melhor se adequa ao ADN do partido: afinal, vieram mesmo para incendiar isto tudo, metaforicamente falando, claro.

Sócrates

  José Sócrates é, para os jornalistas, o russófilo quando o assunto é a guerra da Ucrânia . Curiosamente, são basicamente os mesmos comentadores (jornalistas e não jornalistas) que criticam ferozmente José Sócrates e criticam ferozmente tudo o que é Vladimir Putin . A natureza humana tem destas coisas. É para isso que os tribunais servem. Pelo menos, espera-se que sirvam.

O acidente da carris

O presidente da centenária Carris deve apresentar a sua demissão e, se o não fizer, deve ser demitido. Não porque tenha responsabilidades diretas pelo acidente, mas por ter feito uma deplorável e refletida declaração ao país sobre a manutenção (ou falta dela) dos funiculares. Afirmar que se gastou mais do dobro do dinheiro na última década em manutenção é não perceber nada do que está em causa.

Elevador da Glória

 Nunca me passaria pela cabeça que uma das medidas simbólicas da nossa classe política a respeito do terrível acidente ocorrido ontem em Lisboa fosse ir mediatamente à missa . Estavam lá três ministros, incluído Montenegro , o Presidente da República , Alexandra Leitão e o inevitável Moedas .

Montenegro garante apoio constante a Zelensky

 É bom - deve até ser balsâmico - armarmo-nos, de vez em quando, em ricos, principalmente quando podemos fazê-lo com o dinheiro dos outros. É o caso do nosso primeiro-ministro que garantiu um apoio constante (!) à Ucrânia , mesmo na reconstrução . Eu gostava que o primeiro-ministro do meu país fosse assim tão acutilante nas garantias que dá os portugueses. Gostava, por exemplo, que prometesse melhores salários, menos urgências encerradas, melhores condições de vida, em suma. Mas tudo bem. Nós, portugueses de gema (e de bem, como diz o afamado Ventura ) contentamo-nos com muito pouco. É a sorte dos Montenegros que nos governam.

A "silly season": Chega, Marcelo, jornalismo

  É difícil, nos dias que correm, distinguir "sillies seasons". De facto, o jornalismo português (e não só) anda pelas ruas da amargura, acompanhando, de certo nodo, o nível dos políticos (isto anda tudo ligado, diria alguém da nossa praça). A última tolice dos comentadores (os que são jornalistas e os que o não são - anda tudo ligado...) diz respeito a uma conversa distendida de Marcelo na universidade de verão da Juventude Social Democrática , que tem servido de germe ensaístico dos futuros Costas , Montenegros , Passos e Tozé Seguros . O que, então, disse Marcelo? Na tribuna académica da juventude partidária, atrás de um microfone, afirmou que Trump se comporta como um aliado da União Soviética, da Rússia, emendou. O que foi Marcelo dizer! Todos sabemos que o presidente dos Estados Unidos, sempre a par do que Marcelo diz e não diz, não deixará sem resposta o nosso presidente, colocando eventualmente em causa a aliança geoestratégica de Portugal com os Estados Unidos da ...

A violência doméstica e as televisões

 A violência doméstica é um flagelo nacional, segundo os números apresentados pelas entidades competentes. No entanto, é também uma apetência para os diversos canais de televisão, os quais exploram até à exaustão, com flagrantes imagens, os casos noticiosos e que deixam, naturalmente, de ser notícia. Tudo em nome, presumo, de uma certa pedagogia de almanaque que os canais televisivos se empenham em mastigar, seja em programas da manhã, seja nos noticiários de maior audiência. Estas televisões deixam, de repente, de se importar com aquele filho de 9 anos que é constantemente exposto às imagens na televisão do pai a bater na mãe e ele, no meio, a separá-los. Sempre poderá dizer, lá na escola, que apareceu na televisão.

A ministra e os bombeiros

A ministra da administração interna, com o beneplácito deo primeiro-ministro, não se lembrou der nada mais criativo do que aumentar em 25% a remuneração diária dos bombeiros que combateram os fogos até meados de setembro. Este governo tem tido estas habilidades criativas, não estivesse ao leme o homem do leme, mestre em chico-espertices. Também já premiou os pensionistas com ofertas mensais deste tipo. Governar não é isto. Este modo de operacionalização da governança pública aproxima-se mais de democracias débeis do que de democracias estáveis.

O homem do leme

A metáfora política do homem que está ao leme desta barca, que até nem é uma grande barca, pertence a Cavaco Silva. Não sei se antes de Cavaco já algum político contemporâneo, excetuando talvez Salazar, a tivesse providencialmente exposto. Faz, portanto, mal Luís Montenegro recorrer a este tipo de estratégia comunicacional. É, simplesmente, anacrónico.

Há candidatos e candidatas

A candidata do PSD à Câmara Municipal da Amadora , de seu nome Suzana Garcia , uma voz popular em programas criminais da manhã, salientou que vai erradicar o bairro da Cova da Moura , se for eleita, pois já está a trabalhar com o Ministério das Infraestruturas "há uns três meses". Fiquei naturalmente perplexo pela proatividade da candidata. não sabe se será eleita, mas já tem trabalho feito como presidente da Câmara, radicalmente "pro bono". Tentei identificar o ministro das Infraestruturas e, de imediato, apareceu-me, alterável, o Castro Caldas . Mas não: o ministro das Infraestruturas e Habitação é o Miguel Pinto Luz . Errei, mas foi por pouco, muito pouco.

Chega de incêndios

 O partido Chega deve estar a rezar para que, em outubro, haja uma nova vaga de incêndios . Pela amostra dos nossos autarcas , mesmo aqueles eleitos por partidos menos incendiários, a mão criminosa ou mão incendiária é responsável pela maioria dos fogos florestais. Daí que, para o Chega, os incendiários devam ser equiparados a terroristas. Neste momento, serão poucos os candidatos que discordarão desta orientação.

O Major-General Saramago

 Não é o único, mas um dos mais recentes comentadores militares a abordar as guerras, de seu nome Jorge Saramago (mais um Major-General), não foge a uma narrativa que, após três anos e meio do início da guerra Ucrânia-Rússia , já não fica nada bem a militares continuarem a defender. O major general Saramago entrou na vida do comentariado na expetativa, a tatear, provavelmente, uma posição vantajosa, que não causasse muitos atritos. Mas depressa tomou posição: o homem é mais um que debita barbaridades: a Rússia avança muito pouco, a Rússia tem um nível de mortos elevado, a Rússia é o diabo... Estou em crer que seria altura de uma maior razoabilidade destas pessoas, principalmente aqueles que ostentam qualificativos militares.

O ministro dos fogos

Castro Almeida já nos habituou a boas tiradas humorísticas. Foi o caso, por exemplo, de mandar os motoristas dos carros oficiais tirar gasolina dos depósitos dos automóveis para ceder aos hospitais. Agora, com os fogos, a tirada não é humorística, mas lastimável. Manuel Castro Almeida, com a sua criatividade, optou por negociar, em direto para as televisões, o apóio financeiro de um industrial do ramo automóvel, que viu a sua empresa destruída pelos fogos.

A cimeira, reunião, encontro, ou seja lá o que aquilo foi

Não!, não estou a falar da reunião do Alasca entre Putin e Trump . Aí tudo se passou com uma naturalidade razoável: dois líderes encontram-se, com planeamento e com assuntos pendentes a discutir. Em Washington , com Zelensky à cabeça (ou a cabeça teria sido Macron , ou Starmer, ou Merz, ou a sorridente Úrsula?!...) houve uma reunião que, a certo momento, foi interrompida pelo anfitrião para falar com Vladimir Putin , que estava em Moscovo . A conversa durou 40 minutos e, durante 40 minutos, Zelensky, Macron, Starmer, Merz, Meloni , Úrsula e Rutte esperaram, presumivelmente sentados, que o telefonema acabasse. E o telefonema acabou e a reunião rapidamente chegou ao fim. Putin parece que aceita encontrar-se com Zelensky e, depois, também se poderá juntar Trump. Assim são as reuniões produtivas desta gente. Ah! Está agendada mais uma reunião da coligação das vontades (belíssima adjetivação, à Marvel ) para debater (Macron, Starmer, Merz, Meloni e os inevitáveis convidados Ru...

Futebol português

Estou a ver o jogo Santa Clara - Moreirense em diferido, enquanto almoço. Conto os espetadores no estádio: 1, 2, 3, 4, 5, ... 250... 800. Não sei se há quem pense que, num campeonato principal de futebol, é normal este panorama, digno de campeonatos regionais de juvenis.Também não entendo por que razão esta arquitetura futebolística teima em permanecer, como se tratasse de uma inevitabilidade lamentável e vergonhosa. Não há vontade nem coragem política para alterar o que está mal cimentado.

A(s) besta(s)

  A besta é o carro no qual o presidente dos E. U. A. costuma deslocar-se. Aquando do funeral da rainha de Inglaterra , os ingleses queriam juntar todos os líderes presentes num autocarro, em cortejo. A resposta da equipa responsável pela segurança do presidente americano foi deliciosa: o presidente dos " United States " não anda de autocarro. É verdade: anda no " Air Force One " ou na " Besta ". Trump deu boleia a Putin na sua viatura, para desagrado do " ocidente alargado " (ainda não sei o que isso significa). Pode ser que me engane, mas ainda vamos ver, não tardará muito, Zelensky ao lado de Trump na "Besta" ou, quem sabe, no próprio "Air Force One". E assim a guerra resolver-se-á e Trump será o próximo prémio Nobel da Paz . Intatilidades à parte (não: infantilidades presentes), o nosso mundo está mesmo assim.

As superpotências

Pois é, apesar e depois de todos os malabarismos hermenêuticos dos inefáveis e sempre listos comentadores, "at the end of the day", parece-me avisado sublinhar que quando as reuniões são entre duas superpotências, é errado minimizar ou secundárizar uma delas. A Europa nunca entendeu isto: a Rússia fala horizontalmente com os E. U. A. A par da Rússia, só um outro país o consegue fazer. Exato: a China . Há quem não goste. Há quem preferisse continuarmos com os escombros da implosão da União Soviética . Aliás, um dos motivos decisivos para esta guerra encomendada entre a Rússia e a Ucrânia (entre os E. U. A. de Biden e a Rússia) era precisamente o enfraquecimento da poderosa Rússia, num eventual desmembramento daquele vasto território. Não perceberam, estes arautos, que o que aconteceu pós-União Soviética muito dificilmente aconteceria de novo: Putin sabe que a força da Rússia vem também da imensidão do país - provavelmente, a Rússia é o único país autossustentáve...

A espuma de Marcelo para apagar fogos

  Marcelo Rebelo de Sousa já não tem muito acrescentar à espuma dos seus dias. Mas tem de falar. Mesmo para quem não percebe nada de incêndios, como eu, e que não acredita nas teses que defendem mãos criminosas na maioria dos incêndios, vir defender a coordenação (no terreno) e trabalho espetaculares (de toda a gente, portanto) parece-me manifestamente exagerado. Marcelo continua a ser Marcelo. E pela amostra do que aí vem, ainda vamos ter saudades do homem.

A cimeira

  No Alasca, na próxima sexta-feira, Trump e Putin reunir-se-ão para mais uma extraordinária cimeira entre estes dois blocos. Dizem que vão tratar de uma resolução para o conflito entre a Rússia a Ucrânia. Penso que este será uma dos temas a desenvolver no encontro. As várias vozes da União Europeia têm-se levantado criticamente, pois não aceitam que a Ucrânia não esteja representada ao mais alto nível através do presidente Volodomir Zelensky. Não têm razão. Os Estados Unidos da América e a Rússia falam entre iguais: são duas superpotências que são obrigadas a respeitarem-se. Daí que a Ucrânia não seja tema único neste encontro. Por outro lado, a Ucrânia não foi nunca verdadeiramente ouvida com Biden. Este, com o aval do Boris Johnson, iniciaram (continuaram) o conflito, entusiasmando Zelensky a não aceitar o acordo de Istambul, que preconizava um acordo de paz entre os dois países. Depois, foi o que se viu, com a Ucrânia sempre à boleia dos entusiasmados líderes europeus e norte-a...

Salvar a Europa outra vez

  Segundo apareceu noticiado, J. D. Vance afirmou que os Estados Unidos , através do seu presidente, irá salvar a Europa outra vez. Esta afirmação, carregada de retórica trumpista , pode, tristemente, ser bem adequada à realidade. Com estes líderes da União Europeia mais Reino Unido obsessivamente vinculados a mediáticas reuniões, telemáticas e físicas, a Europa precisa, desgraçadamente, de ser salva. E quem é a natural mão salvífica da Europa? Os Estados Unidos, claro. E, com Donald Trump , se pagarem bem...

Ciclismo

 Já aqui referi o problema: para quando é que a UCI  consegue travar, através de regras de segurança apropriadas, a perigosidade que são as competições velocipédicas?

O regresso do futebol

A terceira guerra mundial começou, mas isso é um assunto que desenvolvermos mais terde, ao longo deste telejornal. O futebol regressou (nunca sai, na verdade) às nossas monótonas vidas.

O candidato presidencial

 Decididamente, já não se fazem candidatos presidenciais como antigamente. Agora, os candidatos presidenciais são escolhidos pelos partidos. É o caso do Chega que, perante o veto de Marcelo e do Tribunal Constitucional à lei dos estrangeiros, decidiu que não podia deixar de apresentar um candidato a presidente da República. Assim, o PSD tem um; o PCP tem outro; O Chega concorrerá igualmente com um sacrificado; o ADN tem a Joana Amaral Dias ; o PS tem muitos e não tem nenhum. Fico confuso: em que partido votar em Janeiro?

Diplomacia

 A diplomacia trabalha muito longe dos holofotes. Um bom trabalho no âmbito diplomático é aquele em que as partes não se fazem ouvir, trabalhando longe dos holofotes. Olho, por exemplo, para o conflito que opõe a Rússia à Ucrânia e o que vejo é confrangedor. Parece uma antevisão de um qualquer jogo de futebol, em que os treinadores, nas conferências de imprensa que antecedem o jogo, tentam, através de discursos mais ou menos acutilantes, desestabilizar o adversário. As televisões adoram; os comentadores interpretam abundante e criativamente. Todo este panorama emerge de um denominador comum: a falta de qualidade dos líderes. Para mim, é uma evidência. O importante é, muitas vezes, esganiçarem-se. Não sei se saberão que existe sempre o risco de uma afonia.